A
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou, nesta
quarta-feira (07/02), o reajuste no piso regional. O texto original
do projeto de lei 3.674/18, de autoria do Executivo, previa o
reajuste de 2,52%. Os deputados aumentaram esse percentual para
5% por 39 votos favoráveis, cinco votos contrários
e uma abstenção.
O
reajuste aprovado foi muito além dos parâmetros
negociados no Conselho Estadual de Trabalho e Renda do Estado
do Rio de Janeiro, onde os representantes patronais se mostraram
aflitos e temerosos com a estagnação da recuperação
dos empregos no Rio de Janeiro, insistindo que qualquer reajuste
acima da inflação poderia acirrar ainda mais as
dificuldades de recuperação dos setores produtivos.
Com
o resultado, mais de dois milhões de trabalhadores receberão
salários divididos em seis faixas, que vão de R$
1.193,36 a R$ 3.044,78. Atualmente, esses valores variam de R$
1.136,53 a R$2.899,79. O texto seguirá para o governador
Luiz Fernando Pezão, que terá até 15 dias úteis
para sancionar ou vetar a proposta. O efeito da nova lei será retroativo
a 1º de janeiro deste ano.
Diversas
emendas previam o aumento do percentual de reajuste. Um dos autores
dessas propostas, o líder do PSDB, deputado Luiz Paulo,
argumentou que os 5% são compatíveis porque o elevação
da massa salarial incentiva o crescimento do consumo. “Isso
aumenta a arrecadação e é a máxima
do propósito capitalista. E todos os segmentos estão
dizendo que a economia está começando a se recuperar”,
destacou, ponderação que se faz totalmente incoerente,
uma vez que, o único Estado que não apresentou
diminuição do desemprego é o Rio de Janeiro.
O
presidente da Comissão de Trabalho, deputado Paulo Ramos
(sem partido), lembrou que a Alerj “tem aprovado nos últimos
anos o piso salarial com reajuste acima do que o governo planeja,
mesmo que isso não signifique a recuperação
de todas as perdas”, comentou.
Líder
do governo, o deputado Gustavo Tutuca (PMDB) avaliou que era
esperado que os deputados tentassem o aumento do reajuste. “Tentamos
a proposta de reajuste de 3%, acima da inflação,
mas o Plenário foi soberano e agora cabe a negociação
das centrais sindicais com os empregadores para colocar isso
em prática”, afirmou.
Inclusão
de categorias
Os
parlamentares fizeram 125 emendas ao projeto, que foram discutidas
antes da votação entre os líderes partidários,
e mais da metade das alterações foi incorporada
ao texto. Outras emendas que não foram consenso entre
os deputados foram votadas separadamente no Plenário.
No geral, as modificações incluíram categorias
que não estavam contempladas na lei vigente como jornalistas,
economistas, pedagogos, estoquistas, fotógrafos, baristas,
entrevistadores sociais, casqueadores e ferradores de animais.
Outras
emendas modificaram a faixa salarial de algumas categorias. Os
técnicos em radiologia, por exemplo, subiram da faixa
IV, com salário de R$1.605,72, para a faixa V, com vencimentos
de R$2.421,77. Já os professores do Ensino Fundamental
(1º ao 5º ano), com carga horária semanal de
40 horas, subiram da faixa V para a faixa VI, e passarão
a ganhar, no mínimo, R$3.044,78.
Quanto
aos Técnicos em Radiologia, com a manobra indecente aprovada
pelos Senhores Deputados, o setor terá que suportar um
reajuste equivalente a 58,36% (cinquenta e oito inteiros e trinta
e seis centésimos por cento), percentual que não
encontra qualquer fundamento ou justificativa razoável.
Atenciosamente,
FEHERJ